No princípio uma capelinha que congrega a fé dos nazarenos pioneiros e na sua simplicidade inicial perde-se na bruma dos idosos tempos de 1700.
Depois seria a Nova Capela que "os namorados e mais devotos pretendem edificar na louvação de Lagoa Dantas para celebração do Santo Sacrifício da Missa e mais cultos divinos que hão de fazer" (Doação para patrimônio em Capela de Nossa Senhora da Conceição de Nazareth, 24 de abril de 1804).
Correm os dias 02 e 03 de março de 1808, quando são demarcadas as terras de Nossa Senhora da Conceição, centrando o alicerce da Capela-mor, na documentação oficial, pomposamente chamada de IGREJA NOVA.
A capela da primitiva povoação, a Igreja Nova da recém elevada Vila, passa a ser Paróquia pertencente à Nova Freguesia de Nazaré, desmembrada de Laranjeiras (Lei Estadual número 75 de 30 de abril de 1839). E a pequena ermida dedicada a Nossa Senhora da Conceição de Nazaré é canonicamente elevada a categoria de Matriz. Em breve, humilde Matriz torna-se insuficiente para atender às necessidades espirituais da Nova Cidade, daí em 1858 ser substituída por outro templo erguido no mesmo local pelo andarilho, o Capuchinho Fremi Caetano de Messina.
Catedral de Nossa Senhora da Conceição
Nazaré da Mata - PE
E, chega o momento, em que o dia a dia da paroquiazinha do interior é despertada por um anúncio maior, a determinação do Santo Padre Bento XV, criando a DIOCESE DE NAZARÉ através da "Bula Arquidiocesis Olidensis Recifensis", de 02 de agosto de 1918. assim, a capela de 1808 (nos documentos Igreja Nova) é elevada para sempre à dignidade e honra de CATEDRAL. Com a vinda de Dom Ricardo Ramos de Castro Vilela, seu primeiro bispo, a Neo Catedral assume pompas de Sede de Bispado.
Preocupação quase vissionária de todos os senhores parácos (destaque especial para os padres João Mota, Luís Ferreira Lima e Carlos Calábria) o projeto de revestir a Catedral de melhores condições físicas e ornamentais faz com que legendárias campanhas operem um magnífico renascimento. Aos poucos a velha Matriz, dos ideais religiosos e, muitas vezes politicamente revolucionários, transformam-se num dos mais belos templos litúrgicos do interior do Estado.
Os olhos deslumbrados da Diocese contempla hoje uma Catedral que ostenta sóbria e, mas harmoniosa fachada com três portas com entalhos reproduzindo motivos litúrgicos. Dentro, são janelas vidrais montadas em "vidro inglês arco", capitéis e pilastras; O altar-mor apresenta linhas de raras beleza todo em mármore português decorado com colunas de mármore espanhol e lindos motivos de bronze dourado; púlpitos e altares laterais em mármore português são de singelo encanto; a pia batismal, também em mármore com adornos referentes ao Divino Espírito Santo; a mesa da celebração, em granito imperial, preto, se destaca pela sua beleza e simplicidade e apresenta verdadeiro contraste dentro do conjunto geral de mármore utilizando, ora português ora espanhol, belos vitrais fabricados em São Paulo e colocados com destaque na capela-mor e na pia batismal.
Além e acima das obras de granito, mármore e vidro, a Catedral é tecida pelo amor de seus diocesanos e pela fé de seus devotos fluindo ao longo dos tempos. Alfaias, tapetes e cortinas vestem o seu existir e transformando no símbolo maior de sua gente e de sua terra.
BULA DE CRIAÇÃO DA DIOCESE DE NAZARÉ, DECRETO DA RESPECTIVA EREÇÃO.
Bento, Bispo, Servo dos servos de Deus,
- Para a Perpétua memória do fato –
A arquidiocese de Olinda e Recife, que, antes, compreendia todo estado civil de Pernambuco, no presente, com a criação da Diocese de Floresta, na extrema parte ocidental do dito estado civil, realizada no ano do Senhor de MCMX(1910), diminuiu um pouco; agora, porém, não só pela extensão territorial, mas também pelo número de fiéis, que excede vinte vezes o número de uma centena e quarenta de fiel, de tal maneira que não pode ser governada, como convém, por um só bispo.
Considerando bem maduramente, estas realidades, o venerável irmão, Sebastião Leme da Silveira Cintra, Arcebispo de Olinda e Recife, de maneira louvável e sapiente, volva sua alma e sua mente para, uma nova divisão da Arquidiocese e a julgar necessária para a salvação das ovelhas a si confiadas, como também para melhor progresso da religião.
E assim, reunindo os pareceres sobre este assunto, com o venerável núncio Apostólico e com outros prudentes varões e com os necessários subsídios para a criação das dioceses, consoante os seus esforços adquiridos, com preces ferventes, pediu a Sé Apostólica que a parte oriental do estado civil de Pernambuco fosse dividida em 03 (três) dioceses, de tal sorte que a arquidiocese estivesse no meio. A outra morre na parte setentrional, a segunda na parte austral, fosse ereta: aquela, na cidade de Nazaré, esta, na cidade de Garanhuns.
Igualmente e pelas mesmas razões, pediu que a diocese de Floresta, constituída na extrema parte ocidental, fosse trazida para adiante e estendida até o oriente, a cidade de Pesqueira, que, quer pelo número de habitantes, quer pela facilidade de estradas, pelo comércio, se torne, no presente, de longe mais importante que do que a cidade de Floresta, e, por isto, não só como sede do Bispo, mas também como cidade episcopal.
Maduramente consideradas todas estas coisas, na congregação consitorial, com os votos do dito Arcebispo tenham parecidos dignos de ser ouvidos, e, também tenham concordado o atual bispo de Floresta, nós, pela plenitude Apostólica, completado o curso – quanto necessário – daqueles a quem interesse ou presumam a se interessar, usando da faculdade, pelas letras apostólicas do dia 27 do mês de abril do ano do Senhor de 1892 – Salva a ”Ad Universas Orbis Escclesias” – na parte oriental-setentrional da arquidiocese de Olinda e Recife, em perpetuo, erigimos e declaramos ereta, a Diocese de Nazaré, que deve assim ser chamada em razão do nome da cidade, Nazaré, e ali, na Igreja Paroquial de Nossa Senhora de Nazaré, constituímos a sede e a Cátedra do Bispo, e a elevamos à dignidade de Catedral.
A diocese assim constituída compreenderá 18 paróquias, a saber: Nazaré, Vicência, Lagoa seca, Timbaúba, Ó de Goiana, Tejucupapo, Goiana, Itambé, Tracunhaém, Curangi, Floresta dos Leões, Limoeiro, São Vicente, Bom Jardim, Queimadas, Taquaritinga, Santa Cruz, Surubim.
Na parte meridional da mesma arquidiocese, igualmente, erigimos e declaramos ereta, a nova diocese de Garanhuns que deve ser chamada, em razão do nome da cidade Garanhuns, e, ali na Igreja de Santo Antônio de Pádua, decretamos que deve ser tida como sede e Cátedra Episcopal, e elevamos à mesma Igreja a dignidade de Catedral.
Subordinamos à jurisdição desta diocese, estas 15 paróquias: Garanhuns, Bom conselho, Correntes, Palmeira de Garanhuns, águas belas, São Bento, Canhotinho, Quipapá, Catende, Palmares, Lagoa dos Gatos, Panelas, Belém de Maria, Água preta, Barreiros.
Além disso, seis outras paróquias à diocese de Floresta, isto é: Pesqueira, Belo Jardim, Brejo da Madre de Deus, Cimbres, Pedra, Buíque. Transferimos, na verdade, a sede e a Cátedra episcopais da cidade de Floresta para a cidade de Pesqueira, e, ali, declaramos e instituímos Catedral, a Igreja-matriz de Santa Águeda, e a própria diocese declaramos para o futuro – do nome da cidade principal – que deve ser chamada de Diocese de Pesqueira, supressas e extintos os direitos e privilégios, que, com o título de Catedral, dizem respeito à Igreja Floresta.
Finalmente, passamos o resto do território, no qual vivem ainda mais de 1.000 pessoas, para os direitos da Arquidiocese de Olinda e Recife.